A capa de um caderno da Rede Municipal de Ensino está causando polêmica em Dourados. O caderno tem na capa algumas crianças caracterizadas como indígenas, o que desagradou uma parcela da população.
“Dourados é a cidade com maior número de indígenas de MS. O prefeito achou legal distribuir cadernos com foto de crianças brancas e adereços indígenas. Primeiro, indígena não é fantasia. Segundo, a foto mostra o descaso da gestão com os povos indígenas de Dourados. É vergonhoso”, criticou o candidato do PT ao Senado na última eleição e pré-candidato do partido à prefeitura do município, Tiago Botelho.
Dourados tem a maior reserva indígena do Pais, formada pelas aldeias Jaguapiru e Bororó, com aproximadamente, 20 mil indígenas.
O Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população originária do país, com 74 mil pessoas, atrás apenas do Amazonas, com 169 mil.
Os indígenas passam por situação difícil no Município. Recentemente, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) cobrou ações emergenciais do Ministério Público Federal (MPF) e também ao Distrito Sanitário de Saúde Indígena (DSEI) nas reservas Jaguapiru e Bororó. Ele comparou a situação a outro caso que recentemente impactou o País. “Nossa população teme ‘tragédia Yanomami’ em MS”, declarou.
Com base nos relatos feitos pelas comunidades, população vizinha e indigenistas, Kemp denunciou a falta de água potável, contaminação do lençol freático e desnutrição dos indígenas das reservas.
“Solicitamos mais uma vez medidas urgentes no sentido de garantir a distribuição de água potável na reservas indígenas Bororó e Jaguapiru, que enfrentam confinamento e todo tipo de problema sendo tratadas como invisíveis pelo poder público. Há uma estação de água potável a poucos metros que atende condomínio e bairros de luxo. Inadmissível!”, protestou.