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‘Pouca sombra’: investigação aponta para chefe misterioso que comandava fraudes em licitações em Bonito.

Publicada em: 09/10/2025 08:02 -

As investigações do Ministério Público Estadual revelaram a existência de uma figura central e misteriosa, apelidada de “Pouca Sombra”, que seria o comandante de um esquema de corrupção investigado na Operação Águas Turvas, em Bonito, administrada por Josmail Rodrigues (PL).

 

Segundo diálogos interceptados, esse agente público, descrito como sendo “de baixa estatura e do alto escalão” do município, estaria por trás das fraudes operadas no setor de licitações.

 

As conversas que constam no relatório do GECOC mostram a servidora Luciane Cintia Pazette, então gerente de licitações, em diálogo com o empresário Genilton Moreira, proprietário da Base Construtora e Logística, sobre o direcionamento de um contrato milionário.

 

Em determinado momento, ela questiona se o empresário já havia fechado um “acordo com pouca sombra”, indicando que a aprovação final para a fraude passava por essa figura. “Malaaaa. Você entrou num acordo… com pouca sombra”, indaga. 

 

Luciane ainda solicita um rascunho de possível acordo e Genilton responde que não estava com elas, pois havia deixado com o “pouca sombra”.

 

A identidade do “Pouca Sombra” ainda é um dos focos da investigação, mas sua menção nos diálogos comprova, para o MP, que o esquema era hierarquizado e tinha a participação de figuras do primeiro escalão da prefeitura.

 

Genilton e Luciane foram presos na Operação Águas Turvas, realizada pelo Gecoc na terça-feira. Genilton tinha saído da prisão há pouco tempo. Ele foi preso por esquema de corrupção no Município de Terenos, no dia 9 de setembro.

 

Águas Turvas

 

O Gecoc realizou uma operação para investigar uma possível organização criminosa que fraudava licitações, praticando corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, dentre outros delitos correlatos na Prefeitura de Bonito.

 

“A investigação constatou a existência de uma organização criminosa que atua fraudando, sistematicamente, licitações de obras e serviços de engenharia no Município de Bonito, desde 2021”, diz nota do MPE.

 

Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Campo Grande, Bonito, Terenos e Curitiba (PR). Foram presos o secretário de Finanças, Edilberto Cruz, a responsável pelo setor de licitações, Luciane Cintia Pazette, Carlos Henrique Sanches Corrêa e Genilton.

 

Segundo a investigação, são inúmeras licitações fraudadas mediante simulação de concorrência e previsão de exigências específicas estipuladas para direcionar o objeto do certame às empresas pertencentes ao grupo criminoso.

 

Os agentes públicos, em conluio com os empresários, forneciam informações privilegiadas e organizavam a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, mediante recebimento de vantagens indevidas. 

 

Os contratos apurados até o momento atingem o valor de R$ 4.397.966,86. Segundo o MPE, “Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez, e contrasta com a imagem do Município de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, que, contudo, vêm sendo maculada pela atuação ilícita dos investigados.

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