Sete candidatos concorrem ao cargo de presidente da Federação de Futebol de MS.

Com um intervalo de apenas quatro dias entre a divulgação dos candidatos e o dia da votação, a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) realiza no dia 1º de novembro a votação para escolher seu novo presidente. A escolha deve virar a página do entidade, que teve destituído o ex-presidente, Francisco Cezário, alvo da Operação Cartão Vermelho.


Atualmente, a entidade é presidida pelo interino Estevão Petrallas, indicado pela CBF desde maio, e que desta vez, é candidato ao cargo por meio do voto dos clubes e associações ligadas à FFMS. Além de Petrallas, outros seis candidatos concorrem ao cargo. Todos são ex-presidentes de clubes de futebol em Mato Grosso do Sul.


A votação ocorre no Auditório do MIS (Museu da Imagem e do Som), localizado no Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, em Campo Grande. O início está previsto para as 14h30, mas a votação deve ocorrer a portas fechadas.


Sete candidatos na disputa

Estevão Antônio Petrallas, ex-presidente do Operário, é o atual presidente interino da FFMS. Ele foi nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em maio, após a prisão de Francisco Cezário sob acusações de desvio de verbas e outras irregularidades.

A nomeação de Petrallas, porém, gerou controvérsia. Reinaldo Leão, advogado do Comercial, questionou a indicação, alegando irregularidades na prestação de contas da Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul, da qual Petrallas já foi presidente. O TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva do MS) rejeitou a denúncia por 4 votos a 3.


Na eleição, Petrallas enfrentará Cláudio Munin Barbosa, ex-presidente do Comercial, cargo para o qual foi eleito ainda em 2020. Além destes, cinco outros candidatos concorrem ao cargo.


Paulo Sérgio Telles, ex-presidente do extinto Cene, é um dos postulantes. Sob sua gestão, o Cene conquistou seis títulos estaduais. O clube, fundado em 1999 por fazendeiros de Jardim e transferido para Campo Grande em 2001, era mantido pela associação ligada ao Reverendo Moon, um influente líder religioso coreano que adquiriu grandes propriedades no Estado, inclusive no Pantanal.


Outro candidato é Antonio Vieira Cesário da Cunha, conhecido como Toni Vieira, também ex-presidente do Operário. Durante sua gestão, o clube enfrentou uma grave crise financeira, chegando a ter sua sede leiloada em 2012 para quitar dívidas. Atualmente, Toni é empresário e proprietário de uma escola e quadra de beach tennis.


Américo Ferreira da Silva Neto, vice-presidente da FFMS e ex-presidente do Novo, também disputa a eleição. O Novo, inicialmente chamado de Novoperário, foi fundado por ex-membros da torcida organizada do Operário. Depois, o clube mudou de nome e transferiu sua sede para Sidrolândia. Nas redes sociais, Américo é visto em foto ao lado de Petrallas e Cezário em evento esportivo.


Candidatos do Interior

Do interior do Estado, destacam-se Marcos Antonio de Araújo, presidente afastado do Dourados Atlético Clube (DAC), e André Delgado Baird, presidente afastado do Costa Rica Esporte Clube (CREC).


O DAC é um clube recente, mas que já impressionou ao conquistar o título da Série B estadual e ser vice-campeão da Série A em 2020 e 2021. A empresa de Marcos foi alvo da Operação Cartão Vermelho, realizada pelo GAECO, que cumpriu mandados de busca em sua casa e empresa, Invictus Sports. Ele afirmou ter colaborado com as investigações e confiava na Justiça.


O CREC, presidido por André Baird, é o atual campeão estadual e disputou a Série D do Campeonato Brasileiro. Além do título de 2023, o clube também foi campeão estadual em 2021. Baird, no entanto, foi citado na CPI da Expo Rica 2023, por envolvimento em um esquema de corrupção e superfaturamento. O relatório final da comissão apontou que o CREC teria lucrado mais de R$ 190 mil com a venda de bebidas no evento, em um suposto esquema para desviar recursos públicos e beneficiar o clube.


Fonte : Midiamax