Lutando por 1,4 mil hectares do 9,3 mil ocupados por indígenas Guarani Kaiowá, o pecuarista Dácio Queiroz, de 65 anos, busca na Justiça uma indenização pelas terras compradas por seus pais, na década de 1940, em Antônio João.
De acordo com o pecuarista, que também é vice-presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), as invasões começaram em 1998 e desde então, as terras da Fazenda Fronteira e de mais 9 propriedades estão ocupadas.
O território em questão já foi declarado pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), mas ainda aguarda homologação. Segundo Dácio, 'restam' apenas 400 hectares para plantio, que é sua única fonte de renda.
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Dácio Queiroz (Reprodução)
Entretanto, as tentativas de produção nas terras esbarra na hostilidade por parte dos indígenas, que impedem qualquer atividade na área.
"Nenhum organismo de governo oficial nos buscou para fazer um contraponto, para trazer equilíbrio, para buscar uma oferta de indenização para que a gente pudesse sair e os índios entrarem", explica Dácio ao Jornal Midiamax.
Cerca de 2,5 mil indígenas ocupam a área conhecida como Ñande Ru Marangatu, que corresponde aos mais de 9 mil hectares. Por conta de gastos com honorários advocatícios e contratações de pesquisas antropológicas ao longo desses 25 anos, Dácio está sem recursos.
Junto a impossibilidade de plantar nas terras, o pecuarista garante que está sem recursos. Agora, o pecuarista, que também é ex-prefeito de Antônio João, busca por uma saída para a situação.
"Na minha a gente que tiver que sair sem indenização, isso é uma expropriação; isso é um confisco. Não é uma desapropriação. Isso está irregular; é injusto" finaliza Dácio à reportagem.