O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou a quarta fase da Operação Successione, que investiga e visa desmantelar uma rede de exploração de jogos ilegais, o popularmente conhecido "jogo do bicho".
As investigações apontam que o deputado estadual Neno Razuk (PL), tido como líder operacional do esquema, concebeu uma estratégia para assumir o controle dos pontos de apostas em Campo Grande. Essa área era, na ocasião, explorada por um grupo concorrente oriundo de São Paulo (identificado como MTS), que se instalou na Capital após a desarticulação de uma facção criminosa anterior pela Operação Omertà, em 2019.
De acordo com o Gaeco, o grupo liderado pelo parlamentar, que inclui seu pai, o ex-deputado Roberto Razuk (apontado como antigo chefe na região Sul), utilizou métodos violentos para oprimir a concorrência. As táticas envolviam o aliciamento de motociclistas responsáveis pela coleta de apostas e a execução de pelo menos três assaltos contra coletores do grupo MTS em outubro de 2023, com o intuito de roubar valores e forçar a retirada dos rivais. As autoridades também relataram que havia planos para executar um dos líderes da organização criminosa paulista.
A operação resultou no cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra cerca de 20 alvos em diversas cidades do estado, além de outros estados. Entre os detidos estão membros da família Razuk, como o chefe de gabinete do deputado, empresários e policiais militares. O inquérito do Gaeco reforça a suspeita do envolvimento do grupo com a classe política e servidores públicos, que facilitavam a continuidade da atividade ilícita. O grupo Razuk também mantinha forte presença no sul do Mato Grosso do Sul, em Dourados e região.













