Enquanto o Brasil contabiliza mais de 16 milhões de pessoas vivendo em favelas, o Mato Grosso do Sul se destaca no cenário nacional por outro motivo: é o estado com o menor percentual de moradores nessas áreas. Segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE, apenas 0,6% da população sul-mato-grossense vive em comunidades urbanas, o índice mais baixo entre as 27 unidades da federação.
Com uma população estimada em 2,94 milhões de habitantes, o estado possui 16.678 pessoas morando em favelas, número que o coloca à frente até de estados tradicionalmente bem avaliados em indicadores sociais, como Santa Catarina (1,4%) e Goiás (1,34%).
Apenas 31 favelas em todo o estado
O levantamento mostra ainda que o Mato Grosso do Sul tem o segundo menor número absoluto de favelas do país, com 31 comunidades distribuídas em apenas oito municípios.
A capital, Campo Grande, concentra (16), seguida por Dourados (5) e Corumbá (3). Já Três Lagoas e Aquidauana possuem duas cada, enquanto Sidrolândia, Ponta Porã e Novo Horizonte do Sul registram uma favela cada.
O contraste é expressivo quando comparado a São Paulo, que lidera o ranking nacional com 3.123 favelas espalhadas por 656 municípios, o equivalente a 25,3% de todas as existentes no Brasil.
De acordo com o Censo, a maioria dos moradores dessas áreas em Mato Grosso do Sul se declara parda, e há um equilíbrio entre os gêneros: 50,8% mulheres e 49,2% homens.
O que o IBGE considera favela
Para o IBGE, favelas e comunidades urbanas são “territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados”.
Um retrato de desenvolvimento e planejamento urbano
Os números reforçam o bom desempenho do Mato Grosso do Sul em planejamento urbano e habitação, refletindo políticas locais de expansão ordenada das cidades e programas habitacionais que reduziram a formação de ocupações irregulares.
Em um país onde 8,1% da população vive em favelas, o estado sul-mato-grossense se consolida como referência nacional em urbanização e qualidade de vida.













