Três dias após Operação do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), que investiga fraudes em contratos, a Prefeitura de Bonito informou que o prefeito, Josmail Rodrigues (PL), vai exonerar dois servidores presos.
“A Prefeitura Municipal de Bonito informa que o prefeito Josmail Rodrigues exonerou os servidores Edilberto Cruz Gonçalves, do cargo de secretário de Administração e Finanças, e Luciane Cintia Pazzete, do cargo em comissão de diretora do Departamento de Licitação. As exonerações foram formalizadas e serão publicadas no Diário Oficial dos Municípios na próxima segunda-feira, 13 de outubro de 2025”, diz a nota da Prefeitura.
Em outra postagem na rede social, a prefeitura informou que o prefeito determinou a suspensão temporária de contratos, em razão das investigações sobre possíveis irregularidades em processos licitatórios.
A reportagem questionou o prefeito, por diversas vezes, desde a prisão, se os servidores continuaram no cargo, mas ele não havia respondido as mensagens.
Águas Turvas
O Gecoc prendeu quatro pessoas e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em operação contra corrupção em Bonito. Foram presos o secretário de Finanças, Edilberto Cruz, a responsável pelo setor de licitações, Luciane Cintia Pazette, Carlos Henrique Sanches Corrêa, e o empreiteiro Genilton Moreira.
A operação investiga uma possível organização criminosa que fraudava licitações, praticando corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, dentre outros delitos correlatos na Prefeitura de Bonito.
“A investigação constatou a existência de uma organização criminosa que atua fraudando, sistematicamente, licitações de obras e serviços de engenharia no Município de Bonito, desde 2021”, diz nota do MPE.
Segundo a investigação, são inúmeras licitações fraudadas mediante simulação de concorrência e previsão de exigências específicas estipuladas para direcionar o objeto do certame às empresas pertencentes ao grupo criminoso.
Os agentes públicos, em conluio com os empresários, forneciam informações privilegiadas e organizavam a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, mediante recebimento de vantagens indevidas.
Os contratos apurados até o momento atingem o valor de R$ 4.397.966,86. Segundo o MPE, “Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez, e contrasta com a imagem do Município de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, que, contudo, vêm sendo maculada pela atuação ilícita dos investigados.