A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, vai à China na próxima semana para discutir a implantação do primeiro hospital inteligente do Brasil, que terá investimento de US$ 320 milhões – o equivalente a R$ 1,7 bilhão. Ela e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vão visitar estabelecimento de saúde chinês tido com um dos mais avançados na área de saúde.
De 13 a 17 deste mês, a comitiva brasileira vai visitar o Porto de Xangai, ponto estratégico para o projeto Rotas de Integração Sul Americana, em especial para a rota 2 bioceânica, e ao Hospital da Província de Zhejiang, hospital inteligente, cujo modelo será replicado no Brasil.
A visita ao hospital chinês irá auxiliar as autoridades brasileiras na fase de preparação do projeto ” Primeiro Hospital Inteligente do Brasil”, aprovado na reunião da Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) em junho, uma iniciativa inovadora e estratégica do governo federal em parceria com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), conhecido como o banco do BRICS.
O projeto contará com aporte de aproximadamente US$ 320 milhões (equivalentes a cerca de R$ 1,7 bilhões), mobilizando recursos para construção da infraestrutura física, aquisição de equipamentos médicos e qualificação de mão-de-obra.
Proposto pelo Ministério da Saúde, em coordenação com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o projeto tem como objetivo desenvolver um modelo nacional de hospital inteligente, escalável e replicável, e implementar a primeira unidade hospitalar desse tipo no País.
O projeto
A implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), o primeiro hospital público inteligente do país, ocorrerá no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. A unidade terá 800 leitos dedicados à emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O início das atividades está previsto para o final de 2027.
“É um projeto que fortalece o Sistema Único de Saúde e melhora a vida dos brasileiros. O hospital inteligente permitirá integração com a rede de atenção em todas as etapas — da atenção primária até os serviços de urgência e emergência — garantindo cuidado mais rápido, eficaz e humano. É a tecnologia a serviço do SUS, do médico ao paciente, da formação profissional à assistência”, detalhou o ministro.
O ITMI-Brasil combinará tecnologias de ponta, com acesso público e gratuito. Com inteligência artificial, ambulâncias conectadas em 5G e telessaúde, o objetivo é reduzir o tempo de atendimento em casos graves de até 17 horas para apenas 2 horas.
O projeto, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics), que será solicitado ao banco dos BRICS.
“O hospital inteligente só é possível graças à cooperação internacional, que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para a ciência, a inovação e para o papel do país no cenário internacional”, afirmou o ministro.
O novo hospital está integrado ao objetivo do governo federal de reduzir o tempo de espera para o atendimento especializado, melhorar a eficiência do diagnóstico e do tratamento de enfermidades, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. O foco será a eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, tempo de permanência reduzido e atendimento seguro, aliando alta tecnologia com atendimento humanizado e acolhedor.