Com o objetivo de acompanhar a instalação e funcionamento da Rota Bioceânica, que pretende ligar o Brasil, o Chile, Paraguai e Argentina e o mercado asiático, a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou, por unanimidade, a criação da Frente Parlamentar Pró-RILA - sigla da Rota de Integração Latinoamericana, como também é conhecido o projeto do corredor.
De acordo com a resolução assinada pela vereadora Luiza Ribeiro a frente irá trabalhar para que os programas e projetos implantados em razão da Rota possam ser acompanhados pelos vereadores para que as ações sejam analisadas de forma criteriosa.
Além disso, parlamentares também serão responsáveis por propor leis para nortear as ações para que a cidade também tenha ganhos no campo social, político, ambiental, social e cultural por meio da integração dos quatro países. A regulamentação também servirá para coibir práticas que prejudiquem a sociedade campo-grandense.
Ainda segundo a proposta, os parlamentares que trabalharem nesta frente também precisam garantir que as ações estejam integradas com iniciativas do governo federal, estadual e municipal, uma vez que a Rota irá interferir na economia e organização não apenas de Campo Grande, mas também de MS e do Brasil.
Ao Correio do Estado, Luiza Ribeiro pontuou que a aprovação da resolução apresentada na sessão parlamentar desta quinta-feira (3), pontuou que por estar no meio do corredor, Campo Grande será uma das cidades a mais sofrer pelo impacto das obras e do funcionamento do Rota e, por isso, é importante que a Câmara formule uma frente específica para o acompanhamento do empreendimento.
A vereadora também ressaltou que a frente é uma maneira de formalizar o acompanhamento e também de articular ações e projetos em prol da cidade. Para Luiza, neste primeiro momento, um dos objetivos mais importantes é deixar a população informada sobre as mudanças que a Rota irá causar na economia e cotidiano local.
“A obra terá grande impacto para Campo Grande e nós do Legislativo somos responsáveis porque precisamos entender o impacto. Por exemplo, no campo dos Direitos Humanos já que a rota irá interligar quatro países e isso pode aumentar as taxas de tráfico humano”, explicou a parlamentar.
Ainda de acordo com Luiza já existe uma mobilização para levar informações, especialmente para a população das Moreninhas, Grande Lageado, Centro-Oeste, bem como dos bairros Aero Rancho, Pênfigo e José Teruel, onde a instalação da rota pode trazer consequências mais imediatas, como o aumento de tráfego nas vias e abertura de novas empresas.
Além de avaliar as consequências da implantação do empreendimento, a frente também será responsável por mobilizar e negociar vantagens para a população impactada com os mais diversos níveis governamentais.
ROTA BIOCÊANICA
De acordo com o divulgado, a ponte que promete encurtar em 8 mil km a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, terá 20,10 metros e quatro pistas.
O caminho terá capacidade para absorver o fluxo de cargas e tráfego de veículos bitrem, além de ter uma passagem para pedestres e uma ciclovia.
Hoje, a obra conta com cerca de 320 operários e dezenas de máquinas em operação.
O planejamento para tal construção começou em 2021, com a ordem de serviço feita pelo presidente paraguaio Mario Abdo Benitez, em ato na fronteira com a presença do governador Reinaldo Azambuja.















