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Fazenda de R$ 700 milhões foi pivô do crime que derrubou a família Name

Publicada em: 14/07/2023 08:49 - Destakms.com.br

A fazenda Figueira tem 19.176 hectares e está avaliada em cerca de R$ 700 milhões de reais atualmente, conforme corretores ouvidos pelo Correio do Estado. E, conforme a investigação, ela foi o pivô que levou a família Name a determinar a execução do ex-PM Paulo Roberto Teixeira Xavier. 


Porém, os pistoleiros cometeram um erro e acabaram matando o filho dele, Matheus Xavier, de 20 anos. E por conta dessa morte, ocorrida em abril de 2019, é que Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho, Filho foram presos meses depois, em setembro. Jamilzinho, como é conhedido, começa a ser julgado na próxima segunda-feira, dia 17, no fórum de Campo Grande. 


A suspeita de que a disputa pela posse dessas terras seria a motivação do atentado mal sucedido é do próprio pai de Matheus. Em depoimento voluntário prestado à polícia no dia 30 de maio de 2019, ele relatou que no final dos anos 90 trabalhava como PM em Miranda e acabou se aproximando de integrantes da seita do Reverendo Moon, que à época comprou em torno de 80 mil hectares de terras na região sudoeste do Estado e outros 200 mil no Paraguai. 


Cerca de uma década depois, contudo, o projeto do reverendo em Mato Grosso do Sul fracassou e estas terras começaram a ser revendidas. E, de acordo com o depoimento do pai de Matheus, um advogado paulista, Antônio Augusto de Souza Coelho, que se dizia próximo de ministros do STJ e do STF, conseguiu procuração dos representantes legais do reverendo para revender boa parte dos 80 mil hectares.

Esse advogado, conforme depoimento do ex-policial, deu um golpe na associação do reverendo e se apropriou de cerca de 40 mil hectares. A maior destas fazendas, a Figueira, teria sido negociada com a família Name. 


Contudo, esse advogado acabou dando golpe também na família Name e nunca entregou as terras, conforme depoimento ex-policial. E, a suspeita dos supostos responsáveis pela morte do filho dele teriam chegado à conclusão de que teria participado desse golpe.


De acordo com o depoimento, na época em que trabalhava como PM em Miranda se tornou amigo próximo do coreano Kim Young Sang. A esposa dele (mãe de Matheus) inclusive se tornou advogada particular desse coreano, que seria um dos cabeças da associação no Estado


E mesmo depois de ser transferido para Campo Grande manteve contato com Kim e por conta disso também se aproximou do advogado que supostamente passou o reverendo Moon e a família Name para trás. 


No depoimento ele também admite que neste mesmo período prestou alguns serviços como segurança para a família Name, inclusive para Jamil Name Filho, algo comum entre policiais civis e militares ao longo de décadas no Estado. 


Paulo Xavier nega, contudo, que tenha levado alguma vantagem financeira nesta disputa milionária pela posse da fazenda Figueira ou de outros imóveis supostamente tomados pelo advogado paulista. O reverendo Moon morreu em 2012 e seus herdeiros acabaram entrando em acordo com o advogado, conforme ele alegou posteriormente. 


Conforme a investigação da Operação Omertá, que levou Jamil Name e Jamilzinho à prisão, o advogado poderia ser um dos próximos alvos da milícia, mas a morte acidental do estudante de Direito acabou mudando tudo e derrubando parte do imperio do clã Name. O pai, Jamil Name, acabou morrendo em 2021, aos 83 anos, vítima de covid. Ele estava preso junto com o filho no presídio federal de Mossoró.


A FAZENDA

Cerca de 9,5 mil hectares da fazenda Figueira, no município de Jardim, são da área de transição ou fazem parte do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, por isso o valor de venda é baixo. Mas, embora as terras façam parte do parque, são utilizadas para criação de gado e no futuro os proprietários podem receber indenização. A outa metade é de terras agricultáveis e utilizadas para produção de soja e milho. 


Corretores ouvidos nesta quinta-feira (13) pelo Correio do Estado e que conhecem o histórico de disputas pela posse do imóvel acreditam que o valor médio do hectare na fazenda seja de R$ 30 mil a R$ 40 mi.


Ou seja, uma disputa por um imóvel que vale até R$ 765 milhões foi a causa do assassinato do acadêmico cujo julgamento acontece na próxima semana. 

Além de Jamil Name Filho, também estarão na cadeira dos réus o ex-policial Vladenilson Daniel Olmedo e o ex-guarda municipal Marcelo Rios. O responsável pelos disparos fatais, José Moreira Freites, conhecido como Zezinho, foi morto pela polícia no Rio Grande do Norte em dezembro de 2020.


E, além de quatro promotores, os três acusados terão de encarar a mãe do estudante morto por engano. O crime aconteceu quando ele manobrava a caminhonete do pai e o atirador acertou pelo menos sete tiros de fuzil no veículo acreditando que o motorista fosse o ex-capitão da PM. 


Advogada pessoal de longa data de um dos “cabeças” da associação do reverendo Moon, Cristiane de Almeida Coutinho Teixeira foi incluída nesta semana na equipe que fará o trabalho de acusação dos réus durante o júri que deve se estender por quatro ou cinco dias. 

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