Ex-prefeito diz ter deixado R$ 300 milhões, mas município precisará de R$ 1,2 milhão por mês para evitar greve dos motoristas.



No discurso do pré-candidato a governador Marquinhos Trad (PSD), Campo Grande é uma das cidades mais prósperas do país, financeiramente. O ex-prefeito garante ter deixado R$ 300 milhões em caixa, informação confirmada por seu ex-secretário de Finanças Pedro Pedrossian Neto (PSD), pré-candidato a deputado estadual.

Na prática, contudo, a gestão da sucessora Adriane Lopes (Patriota) enfrenta sérios problemas financeiros. Ao agradecer ontem (28) o apoio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), cujo governo arcará com o custo do transporte de 214 mil alunos da rede estadual, no valor mensal de R$ 1,2 milhão, a prefeita admitiu dificuldades.

“Fizemos uma construção positiva com o Governo que prontamente nos atendeu, mesmo não sendo obrigatório, para subsidiar o transporte dos alunos da rede estadual, para acabar com esta crise momentânea, até dezembro”, declarou a prefeita.

“Fizemos uma construção positiva com o Governo que prontamente nos atendeu. Vamos acabar com essa crise momentânea” — Adriane Lopes, prefeita de Campo Grande

Para fazer o repasse mensal, o governador exigiu o congelamento da tarifa até o final deste ano. Essa proposta foi passada à prefeita, que levará ao Consórcio Guaicurus, pivô da crise no sistema de transporte público. Adriane Lopes afirma que o acordo permitirá a manutenção do valor da tarifa em R$ 4,40, ao invés de aumentar para R$ 6,15.

“Fizemos esta reunião com a prefeita, onde ela pediu este subsídio, para que não haja aumento da tarifa de ônibus aos usuários. Achamos um mecanismo jurídico para transferência deste recurso por convênio voluntário até dezembro, onde vamos subsidiar o transporte dos alunos da rede estadual na Capital”, explicou Reinaldo Azambuja.

“Não é obrigação do Estado, mas fizemos esse acordo para manter o valor atual da tarifa para a população de Campo Grande” — Reinaldo Azambuja, governador

O montante será repassado à prefeitura, por meio de convênio, depois de ser analisado pela Agência de Regulação do Estado. “Não é nossa obrigação, mas fizemos esse acordo para buscarmos uma solução a fim de manter o valor da tarifa para a população de Campo Grande. Se o Consórcio aceitar, já assinamos nesta semana o convênio e fazemos a transferência”, acrescentou Azambuja.

Na reunião, também foram discutidos outros projetos de parceria com a Capital, como as obras de novo acesso às Moreninhas, duplicação da Avenida Cafezais, piscina olímpica do Parque Ayrton Senna, assim como mais de cinco mil moradias. “Também vamos construir arenas esportivas em sete regiões da cidade. Nossa ajuda vai desde tapa-buraco até a tarifa do transporte”, reforçou.



Fonte: redação